Euritmia

Diferentemente das artes plásticas, a euritmia não lida com materiais, mas com um instrumento: o próprio ser humano que, de forma sutil, reproduz com gestos os movimentos realizados pelo aparelho fonador ao cantar e falar. Juntamente com a música e a poesia, o euritmista expressa suas vivências mais íntimas. Segundo Rudolf Steiner, a euritmia é a fala visível.

A Euritmia é uma nova forma de dança que vem sendo amplamente desenvolvida desde 1912, especialmente na Europa (Alemanha, Holanda, Suíça e Inglaterra), desde o início deste século. Inúmeras pesquisas nas áreas da Educação e da Medicina de inspiração antroposófica levaram à sua adoção no currículo das mais de 400 Escolas Waldorf em todos os continentes e como complemento terapêutico em diversos países.

Como arte ela se propõe a pesquisar o movimento intrínseco da linguagem poética e da música, como ele se configura no fluxo da fala e no desenvolvimento dos sons, com todos os seus matizes de sentimento, levando também em consideração o conteúdo específico expresso pelo poeta ou pelo compositor. Esse elemento artístico-plástico da fala e da música é transposto para o espaço cênico através do movimento coreográfico, complementado pelas cores das indumentárias e da iluminação. Simultaneamente com recitação ou música ao vivo a Euritmia dança, assim, o desenvolvimento dos sons de poesias e músicas, em toda sua complexidade.
Ela baseia-se no conhecimento do ser humano e do mundo como apresentado na Ciência Espiritual de Rudolf Steiner, a Antroposofia. Seus movimentos são coreografias, solísticas ou em grupo, sobre a linguagem poética, em verso ou em prosa, e sobre a música instrumental tocada ao vivo.

O nome EURITMIA foi proposto por Marie Steiner para a nova dança que surgia, mas existe como palavra e como conceito desde a Época Clássica na Grécia. Em sua obra de nome “Kanon”, o conceituado escultor de Argos, Polykleitos (440 A.C.), define extensamente o conceito eurythmia como o equilíbrio de forças atuantes no corpo humano; eu-rhythmós – o ritmo equilibrado, belo, harmonioso é uma categoria estética oculta das Artes Plásticas. Também o arquiteto romano Vitruv (25 A.C.) utiliza o conceito “euritmia”, relacionando-o com a harmonia na arte de construir. Na Época Clássica de Weimar (1786-1832) surge novamente o nome Eurythmie, cujo conceito é definido por Herder como a “ordem benfazeja de um centro em relação a dois extremos”.

Ao retomar esse termo quando da criação da nova arte de movimento antroposófica, 2500 anos depois do eu-rythmós da Grécia, empreende-se uma ampliação do conceito Eurythmia: as forças que configuram as formas plásticas da escultura e da arquitetura são transfomadas em movimento, libertas! Com o acréscimo do elemento temporal ao conceito outrora espacial, a Euritmia de Rudolf Steiner passa a revelar um acontecimento plástico-musical, o desenrolar das forças atuantes na forma humana quando seu corpo dança a poesia ou a música.

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Informações obtidas no site da Sociedade Antroposófica no Brasil. Acesse o texto na íntegra  em: http://www.sab.org.br/portal/euritmia/91-euritmia

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